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quinta-feira, 15 de maio de 2025

Zarathustra e o Faravahar Cósmico

Zoroastrismo: Origens, Doutrinas e Influência Histórica:

O Zoroastrismo é uma das religiões monoteístas mais antigas do mundo, atribuída ao profeta persa Zaratustra (ou Zoroastro). Desenvolvido no Irã por volta do segundo milênio a.C., esse sistema religioso influenciou profundamente outras tradições espirituais e filosóficas, incluindo o Judaísmo, Cristianismo e o Islamismo. Este artigo explora as origens históricas do Zoroastrismo, seus principais ensinamentos, práticas rituais e sua relevância no contexto religioso e cultural da Antiguidade até os dias atuais.

Palavras-chave: Zoroastrismo, Zaratustra, dualismo, Avesta, religião persa antiga, Mazdeísmo.


1. Introdução:

O Zoroastrismo, também conhecido como Mazdeísmo, é uma tradição religiosa milenar fundada por Zaratustra (Zoroastro, em grego), no Irã antigo. Considerado por muitos estudiosos como a primeira religião monoteísta estruturada, teve ampla influência sobre o império Aquemênida e os sistemas religiosos posteriores. Este artigo tem como objetivo examinar a origem, os princípios teológicos e a importância histórica do Zoroastrismo.

2. Contexto Histórico:

Zaratustra teria vivido entre 1800 e 1000 a.C., embora a data exata seja controversa entre os estudiosos. A religião ganhou força sob os reis do Império Aquemênida (550–330 a.C.), especialmente com Dario I, e continuou a florescer sob os impérios Parta e Sassânida, até o advento do Islã no século VII d.C., quando começou a declinar.

3. Textos Sagrados:

O principal corpo textual do Zoroastrismo é o Avesta, que contém os Gathas — hinos atribuídos ao próprio Zaratustra — e outras seções litúrgicas, legais e cosmológicas. Os textos são escritos em avéstico, uma língua indo-iraniana antiga.

4. Doutrina e Crenças:

4.1. Dualismo Cósmico

O Zoroastrismo propõe uma visão dualista do universo, centrada na luta entre Ahura Mazda (Senhor Sábio), o deus supremo do bem, e Angra Mainyu (Espírito Destrutivo), a personificação do mal. O ser humano possui liberdade de escolha entre o bem e o mal, e suas ações influenciam o destino final da alma.

4.2. Julgamento e Vida Após a Morte:

Após a morte, a alma é julgada com base em suas ações. Se boas, cruza a Ponte Chinvat em direção ao Paraíso; se más, cai no abismo infernal. Há ainda a crença na vinda de um Saoshyant, um salvador escatológico que restaurará a ordem final.

4.3. Práticas e Rituais:

Os zoroastristas valorizam a pureza ritual, o fogo como símbolo da luz divina e a verdade como valor central. Templos do fogo, orações diárias e festivais como Nowruz (ano novo persa) são aspectos centrais do culto.

5. Influência e Legado:

O Zoroastrismo influenciou profundamente conceitos como céu e inferno, juízo final, anjos e o dualismo bem/mal em tradições posteriores, notadamente o Judaísmo pós-exílico, o Cristianismo e o Islamismo. Mesmo após sua marginalização, comunidades como os parsis na Índia mantêm viva essa herança.

6. Conclusão:

Apesar de hoje contar com um número reduzido de adeptos, o Zoroastrismo permanece como uma das tradições religiosas mais influentes da Antiguidade. Sua ênfase na ética individual, liberdade de escolha e responsabilidade moral continua relevante em debates filosóficos e teológicos contemporâneos.


Referências Bibliográficas:

  • Boyce, M. (1979). Zoroastrians: Their Religious Beliefs and Practices. Routledge.

  • Duchesne-Guillemin, J. (1962). The Religion of Ancient Iran. World Publishing.

  • Gnoli, G. (2003). Zoroastrianism. In: Encyclopædia Iranica.

  • Zaehner, R. C. (1961). The Dawn and Twilight of Zoroastrianism. Putnam.


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