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segunda-feira, 16 de junho de 2014

ΑΩ - Lilith e Samael:

Lilith é provavelmente o demônio feminino mais conhecido nos círculos do oculto, e também provavelmente um dos mais temidos seres espirituais.

Lilith, supostamente, a primeira esposa de Adão

Ela foi a primeira mulher criada pela mão de Deus, mesmo antes de Eva. Lilith foi por isso a PRIMEIRA ESPOSA de Adão. Contudo, ao contrário de Eva que foi criada a partir da costela de Adão, Lilith foi GERADA do mesmo barro que Adão, e por isso era um ser em pé de igualdade com ele.
Ela era livre, irresistivelmente bela e cheia de luxúria, sendo que se recusava a sujeitar sexualmente a Adão, ou sequer se submeter à sua suposta superioridade, (Lilith recusava-se a ficar debaixo de Adão durante o coito, sendo que Adão não aceitava essa posição de inferioridade do macho), o que muito desagradava ao primeiro homem.

Farta do machismo dominador de Adão, Lilith abandonou o Paraíso e fugiu para o Mar Vermelho, onde viveu em liberdade. Ali, ela conheceu e manteve relações com diversos demônios. Quando os três anjos encontraram Lilith, ela maliciosamente respondeu que já não poderia regressar ao paraíso para viver na companhia do marido, pois já tinha desgraçado a sua honra de esposa nas suas prostituições com os demônios. A resposta era inegavelmente verdadeira, e não havia como negar que as regras de Deus haviam sido violadas. Lilith usou as regras do Criador em seu proveito com inteligência, conseguindo assim manter a sua liberdade.

Certas mitologias dizem também que é verdadeiro o motivo que levou Lilith a abandonar o paraíso e ter-se apaixonado por Samael, o anjo da morte. Samael deu-lhe a conhecer o prazer que Adão não era capaz de oferecer. Lilith, enquanto um ser feminino de grande luxúria, apaixonou-se irremediavelmente pelo anjo. Em troca das relações sexuais, o anjo deu à ela não só o Nome Secreto de Deus, como também toda a sabedoria mística e mágica. Adão ficou só, e Deus achou que isso não era bom.

Samael, o anjo da morte. Seu nome significa: Veneno de Deus

Assim, segundo algumas tradições mitológicas hebraicas, foi então criada Eva.
Como conta o Livro de Gênesis, a historia não ficou por aqui. Também Eva foi seduzida por Lúcifer, e algumas correntes teológicas defendem que dessa relação nasceu Caim. Lilith foi por isso, a primeira bruxa da humanidade, e é a padroeira de todas as bruxas. Ao contrário de Eva que morreu como um ser humano mortal, Lilith alcançou a imortalidade tendo casado com Samael, ao passo que tornando-se amante de Lúcifer.

Em certos círculos ocultistas, Lilith é uma das entidades espirituais mais invocadas para presidir a rituais e celebrações de magia negra, da mesma forma que entidades como pomba-gira, são regularmente conjuradas em trabalhos espirituais de magia vermelha. Segundo a etimologia judaica vulgar, o nome Lilith deriva de «Layil», que significa, «Noite».

O mesmo nome, de acordo com as tradições assírio-babilônicas, significa, «demônio feminino», ou, «espírito dos ventos». Na antiguidade, Lilith foi igualmente associada às deusas lunares, e consequentemente, tanto ao mundo dos espíritos ou dos mortos, como ao mais temível poder da magia negra.Também, de acordo com certas teses ocultistas, para além de padroeira das bruxas, ela é igualmente tida como a responsável pela reencarnação das bruxas, concedendo às que são do seu agrado à vida eterna, intercedendo junto de Lúcifer para que a imortalidade seja concedida às suas seguidoras prediletas.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

ΑΩ - O Filho do Homem:

Para muitos cristãos, o termo "Filho do Homem" estabelece-se como o correspondente natural para o termo "Filho de Deus". É uma afirmação da humanidade de Cristo, assim como o termo "Filho de Deus" é uma afirmação complementar de sua divindade. Entretanto, isso não é tão simples assim. O termo "Filho do Homem" (em hebraico - Ben Adam, ou, no aramaico - Bar Nashá) é usado usado em três principais contextos no Antigo Testamento:

1 - Como uma espécie de vocativo utilizado pelo profeta Ezequiel;
2 - Como referência à figura escatológica futura (Daniel 7: 13-14), cuja vinda aponta para o fim da história e para a vinda do julgamento divino;
3 - Como ênfase sobre o contraste entre a humanidade e a fragilidade da natureza humana e a elevada posição ou a estabilidade de Deus e dos anjos (Números 23:19; Salmos 8:4).

O terceiro significado relaciona-se à naturalmente humanidade de Jesus e pode estar por trás de pelo menos algumas referências a esse aspecto presentes nos Evangelhos Sinópticos. É, entretanto, o segundo emprego do termo que tem atraído a atenção de muitos estudiosos.
Rudolf Bultmann defende que Daniel 7:13-14 aponta para a expectativa da vinda do "Filho do Homem" ao final da história e argumenta que Jesus compartilhou dessa expectativa. As referências a Jesus, o "Filho do Homem", vir nas nuvens com grande poder e glória (Marcos 13:26) devem ser entendidas, de acordo com Bultmann, como uma referência a uma outra figura que não Jesus. Bultmann sugeriu que a igreja primitiva posteriormente fez a fusão de Jesus e do Filho do Homem, entendendo-os como um e o mesmo. A igreja primitiva, assim, deu origem à aplicação desse termo a Jesus.

Este ponto de vista, entretanto, não tem aceitação universal. Outros estudiosos têm defendido que o termo "Filho do Homem" carrega uma série de associações, incluindo sofrimento, justificação e julgamento, tornando-o assim um termo natural e adequado para ser aplicado a Jesus. George Caird foi um dos estudiosos do Novo Testamento que desenvolveu esse tipo de perspectiva, defendendo que Jesus usou o termo "para indicar sua união essencial com a humanidade e, acima de tudo, com o fraco e humilde, como também para indicar sua função especial como representante predestinado do novo Israel e portador do julgamento e do Reino de Deus".

Fonte: "Teologia - Sistemática, Histórica e Filosófica" - Alister E. McGrath - Páginas: 409 e 410.

quinta-feira, 5 de junho de 2014


ΑΩ - A Bíblia Hebraica e o Talmud:

A essência do judaísmo está contida em seus textos mais importantes: os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica, conhecidos coletivamente como Torá. Mas o judaísmo sempre foi centrado na palavra de Deus e na erudição, e não surpreende que tenha produzido um grande corpo de escritos: não só os outros livros da Bíblia como também uma vasta obra de comentário e interpretação: o Talmud.


* A Torah:

A palavra hebraica Torah é em geral traduzida como "Lei", embora o significado real seja "Instrução". Contendo a história dos primeiros judeus e os Mandamentos de Deus para o Seu povo, ela é o texto mais sagrado do judaísmo.
Toda sinagoga tem um exemplar da Torá, escrito à mão em hebraico num rolo que é mantido num armário chamado Arca, o ponto focal da sinagoga. Cada rolo é escrito com grande cuidado, pois o texto nunca muda e deve ser transcrito com exatidão. O texto é sagrado demais para ser tocado com a mão. A pessoa que lê a Torá de uma sinagoga usa um ponteiro especial, "yad", com uma mão de metal na ponta, para seguir as palavras. Isso assegura que o texto não fique danificado. Caso isso ocorra, o rolo (Sêfer) é declarado inútil e enterrado num cemitério judaico dentro de um vaso de barro.

Yad, para a leitura da Torah
                                        
Os demais livros da Bíblia Hebraica consiste nos Profetas (Nevi’im) e nos Escritos (Ketuvim). Os Nevi’im têm especial importância, pois são as palavras dos profetas que reconduziram os judeus à sua religião quando estavam extraviados e os ajudaram quando estavam no exílio. Os Ketuvim incluem livros de história, lamentação e os Salmos que, importantes, são usados nos serviços da sinagoga.


*  O Talmud:

Desde os primeiros tempos, os rabinos discutiram e interpretaram as palavras da Torá. De início as interpretações eram transmitidas oralmente, mas em 170 E.C., o corpo de comentários já crescera tanto que os judeus começaram a registrar o que os rabinos diziam. Esse registro tornou-se conhecido como a Mishná. Também ela gerou interpretações, e estas tornaram-se conhecidas como Gemara.
A Mishná e a Gemara juntas compõe um livro de comentários chamado: “Talmud”.

Com cerca de 2,5 milhões de palavras, abrange temas diversos como: folclore e preces, rituais e remédios. Cerca de um terço desse material é “halakhah” (leis religiosas judaicas derivados da Torá escrita e oral); o resto são as histórias, lendas e máximas conhecidas como a “aggadah” (um termo aramaico que significa – conto, saber). Com sua imensa extensão e enorme diversidade, o Talmud aborda todos os aspectos da vida humana.


* A Estrutura do Judaísmo:

Os primeiros rabinos eram homens cultos, que atuavam como líderes espirituais e conselheiros sem nada receber por isso. Mais tarde, tornaram-se líderes religiosos remunerados, pregando, ensinando e fazendo julgamentos judiciais. Lugares com muitas comunidades judaicas escolhem um rabino principal e um corpo de representantes, como o Conselho de Representantes dos Judeus Britânicos.
Ramos do judaísmo têm corpos próprios, como a União Mundial para o Judaísmo Progressista.
O rabino é hoje o líder de uma comunidade judaica. Dirige a cerimônia, “prega”, educa e aconselha.

Em resumo:

O judaísmo tem centenas de mandamentos, mas os judeus não veem sua fé como legalista. Como os ensinamentos da Torá e do Talmud são muito práticos e cobrem todos os aspectos da vida, os judeus estão conscientes de sua religião e de sua ligação com Deus em tudo que fazem.

Fonte: "Religiões" - Philip Wilkinson - Páginas: 68, 69 e 75.

terça-feira, 3 de junho de 2014

ΑΩ - O Antigo e Novo Testamentos:

    As expressões cristãs "Antigo Testamento" e "Novo Testamento" são de natureza intensamente teológica. Essas expressões baseiam-se na crença de que os livros do Antigo Testamento pertencem a um período do relacionamento entre Deus e o mundo que foi, de certa forma, superado ou relativizado com a vinda de Cristo, no Novo Testamento. Grosso modo, a mesma coletânea de textos é designada por escritores judeus como: Torah (Instrução), Nevi'im (Profetas) e Ketuvim (Escritos), e pelos escritores cristãos como: Antigo Testamento. Portanto, não há qualquer motivo particular pelo qual alguém, que não seja cristão, deva se sentir compelido a chamar essa coleção de livros como Antigo Testamento, a não ser por uma questão de costume.
    A estrutura da teologia cristã que conduz a essa diferenciação entre os Antigo e Novo Testamentos é a das "alianças" ou "dispensações". A crença cristã básica de que a vinda de Cristo dá início a algo novo se exprime em uma atitude característica em relação ao Antigo Testamento, que poderia ser basicamente sintetizada dessa forma: os princípios e as ideias religiosas presentes no Antigo Testamento (como, por exemplo, a noção da soberania de um Deus que age na história humana) são aceitos como algo apropriado; às práticas religiosas (como as leis alimentares e as práticas de sacrifícios) não são admitidas.

    Portanto, como os Antigo e Novo Testamentos estão relacionados entre si, segundo a ótica da teologia cristã?? Uma das alternativas foi tratar o Antigo Testamento como os documentos de uma religião que tinha qualquer ligação com o cristianismo. Essa abordagem é particularmente associada a Marcião, em escritor do século II que foi excomungado no ano 144. De acordo com ele, o cristianismo era uma religião de amor, na qual não havia qualquer espaço para a Lei. O Antigo Testamento está ligado a um Deus diferente do Deus do Novo Testamento; o Deus do Antigo Testamento, que havia criado apenas o Mundo, era obcecado pela ideia da Lei. O Deus do Novo Testamento, porém, havia salvo o Mundo e preocupava-se com o amor. De acordo com Marcião, o propósito de Cristo tinha sido a destituição do Deus do Antigo Testamento (que guardava uma incrível semelhança com o "demiurgo" dos gnósticos, uma figura semidivina vista como princípio organizador do universo), introduzindo-nos na adoração do verdadeiro Deus da graça.

    A posição da maioria dentro da teologia cristã enfatizou, de um lado, a continuidade entre os dois testamentos, destacando, de outro lado, que existe entre ambos. Calvino proporciona-nos uma discussão característica e lúcida sobre esse relacionamento, da qual passaremos a tratar.
    Calvino defende a existência de uma fundamental semelhança e continuidade entre os Antigo e Novo Testamentos, com base em três aspectos. Primeiro, ele enfatiza a imutabilidade da vontade divina. Não é plausível que Deus aja de uma determinada forma no Antigo Testamento e, logo a seguir, aja de maneira totalmente distinta no Novo Testamento. Deve existir uma continuidade fundamental de ação e intenção entre os dois testamentos. Segundo, ambos celebram e proclamam a graça de Deus manifestada em Jesus Cristo. Pode ser que o Antigo Testamento seja capaz de oferecer um testemunho de Jesus apenas "à distância e de forma obscura"; no entanto, seu testemunho da vinda de Cristo é real. Em terceiro lugar, ambos os testamentos possuem "os mesmos sinais e sacramentos", dando testemunho da mesma graça por parte de Deus.
    Assim, Calvino defende que os dois testamentos são basicamente idênticos. Eles se diferenciam em administratio, mas não em substantia. Em relação à substância e conteúdo, não há ruptura radical entre ambos. O Antigo Testamento acaba ocupando uma posição cronológica diferente do Novo Testamento no plano da salvação; entretanto, seu conteúdo (adequadamente entendido) é exatamente o mesmo.

Conclusão:

    Calvino sintetiza esse princípio geral com a afirmação de que "naquilo que se refere à lei em geral, a única diferença, em relação ao evangelho, está na clareza de apresentação". Cristo é anunciado e a graça do Espírito Santo é ofertada em ambos os testamentos - embora de uma forma mais clara e mais completa no Novo Testamento.


Fonte: "Teologia - Sistemática, Histórica e Filosófica" - Alister E. McGrath - Páginas: 202, 203, 204 e 205.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

ΑΩ - Quem foram os Merovíngios:

   Os Merovíngios dominaram boa parte das atuais França e Alemanha entre os séculos V e VII. O início dessa época coincide não apenas com as histórias do Graal mas com a era do rei Artur, muito evidenciado em vários desses contos. Nunca se questionou se os merovíngios foram os imperadores justos dos francos. Eles não eram "criados" como reis.
Os filhos que recebiam os títulos tornavam-se reis automaticamente quando completavam 12 anos. Seu papel não era governar - isso era deixado para os "Administradores do Palácio". Esperava-se que eles simplesmente existissem como representantes do papel, guardando poder e situação similares aos de um monarca constitucional do século XXI.
A eles também eram permitidos os prazeres da poligamia e, às vezes, tiravam grande vantagem deste privilégio.
A origem do nome da família merovíngia vem de seu progenitor, Meroveu (também chamado de "Merovech" ou "Merovée"). O nome lembra a palavra francesa para "mãe" e as palavras francesa e latina para "mar".

   Um dos símbolos fixos dos merovíngios era a abelha. Centenas de abelhas de ouro puro foram encontradas na tumba do rei Childerico. O costume perdurou durante os séculos. Quando Napoleão foi coroado imperador, em 1804, ele se certificou de que abelhas douradas fossem presas a seus mantos de coroação. Ele era fascinado pelos merovíngios e compilou sua linhagem para descobrir se a dinastia havia sobrevivido depois de ter sido destituída. Isto formou a base das genealogias encontradas nos documentos do Priorado de Sião.

   Clóvis I é, talvez, o mais famoso dos monarcas merovíngios, visto que ele foi o responsável pela introdução do Cristianismo Romano na França. Sua esposa católica havia dado a ele mais que um pouco de coragem para seguir nesta direção, mas é provável que houvesse outra razão para que fosse convencido da ideia.
    O Cristianismo, nessa época, assumiu muitas formas diferentes. A Igreja Romana estava em constante conflito com a Igreja Celta. Em 496 d.C., Clóvis teve vários encontros secretos com Saint Rémy, o que levou a um acordo entre ele e a Igreja Romana, segundo o qual o monarca agiria como o braço forte da Igreja. Em troca, ele deveria governar sobre o que havia sido o sacro Império Romano de Constantino, que os visigodos e os vândalos haviam destruído.
 
   Clóvis cumpriu seu papel de forma entusiástica. Ele aumentou o tamanho de seu império, englobando muito do que hoje é a França e a Alemanha. Ele tinha um desejo particular de derrotar os visigodos e o conseguiu, na Batalha de Vouille. Os visigodos foram afastados cada vez mais, até que finalmente estabelecera-se na área de Razes, em Rhedae - a atual vila de Rennes-le-Château.
Depois da morte de Clóvis, seu reino foi dividido, de acordo com a tradição da época, entre seus quatro filhos. Isso levou a um rompimento da coesão que existia anteriormente e deu aos Administradores do Palácio a oportunidade perfeita para conseguir mais poder. No entanto, eles tinham de enfrentar Dagoberto II.
   Dagoberto nasceu em 651, e quando Clóvis, seu pai, morreu em 656, todos os esforços voltaram-se para evitar que ele herdasse a Austrásia, o nordeste do reino de Clóvis.

[...]

Em resumo:

Os Merovíngios seriam os monarcas que provieram, pela linhagem de Davi, dos descendentes de Jesus Cristo, que chegaram na França com Maria Madalena. Foi uma dinastia que reinou na Gália e na atual Alemanha desde aproximadamente 500 até 750 d.C., e suas terras foram sendo gradualmente estendidas de acordo com o crescimento de seu sucesso e prosperidade. Depois do controverso assassinato do rei Dagoberto II, ficou a impressão de que a linhagem havia desaparecido, sendo substituída por seus antigos criados ("Administradores do Palácio") que formavam a linhagem carolíngia. Esses monarcas, incluindo Carlos Magno, casaram-se com princesas merovíngias, assim mantendo viva a linhagem de Davi.   


Fonte: "Revelando o Código Da Vinci" - Martin Lunn - Páginas: 60, 61, 62 - 169 e 170.

domingo, 1 de junho de 2014

ΑΩ - O que é Teologia:

Teologia, em seu sentido literal, é o estudo sobre Deus (do grego, Theos = "Deus", Logos = "palavra", por extensão, "estudo"). Como ciência, tem o objetivo de estudo: Deus. Entretanto, como não é possível estudar diretamente um objeto que não vemos e não tocamos, estuda-se Deus a partir de Sua revelação. No Cristianismo, isto se dá a partir da revelação de Deus na Bíblia. Por isso, também se define "Teologia", como um falar "a partir de Deus" (Karl Barth).

Este termo foi usado pela primeira vez por Platão no diálogo: "A República", para referir-se à compreensão da natureza divina por meio da razão, em oposição à compreensão literária própria da poesia feita por seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:

- Teologia como o ramo fundamental da ciência filosófica, também chamada Filosofia Primeira ou Ciência dos Primeiros Princípios, mais tarde, chamada de metafísica, por seus seguidores.

- Teologia como denominação do pensamento mitológico imediatamente anterior à Filosofia, como uma conotação pejorativa, e sobretudo, utilizado para referir-se aos pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).

Santo Agostinho (também conhecido como Agostinho de Hipona), tomou conceito "Teologia Natural" da obra Antiquitates rerum hamanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como a única teologia verdadeira dentre as três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima destas, sitou a Teologia Sobrenatural (Theologia Supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto, considerada superior.
A Teologia Sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada, mas sim, acima da última, considerada como uma serva que ajudaria a primeira na compreensão de Deus.

Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a Teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana. Estes dados, são organizados no que se conhece como Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática.