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domingo, 17 de agosto de 2014

ΑΩ - Suplemento Arqueológico - Por G. Frederick Owen:

Deus tem conservado dois registros históricos de Seu relacionamento especial com o ser humano e de Suas revelações a este. A Bíblia, escrita originalmente em pergaminhos e chegada, em grandes dificuldades, às nossas mãos, é um deles. O outro registro é constituído pelas ruínas e os idiomas desconhecidos dos países de onde veio a Bíblia.


Pergaminho/Manuscrito Bíblico

O homem tem tido acesso ao primeiro desses registro, e tem conseguido lê-lo e modelar sua vida de acordo com ele. Entretanto, poucas pessoas do mundo ocidental têm podido visitar os países do Oriente, examinar o seu solo, observar os vestígios das ruínas de civilizações do passado, e fazer uma ideia do significado dos fragmentos descobertos em diferentes lugares e escritos em vários e estranhos idiomas

Os restos encontrados na superfície são poucos, se comparados à abundância do material desenterrado dos montes que cobrem as ruínas de cidades antigas. Parte desse material foi descoberto por acaso, mas a maioria tem vindo à luz do dia à medida que se desenvolvem as ferramentas e os métodos adequados a esse trabalho, e se decifram os idiomas desconhecidos, permitindo assim determinar a cronologia de cada objeto ou ruína encontrados. A arqueologia bíblica tem avançado gradativamente, graças ao trabalho árduo de pessoas de muitas nacionalidades e de diferentes profissões e ocupações: professores, linguistas, clérigos, militares, missionários, arquitetos, engenheiros, projetista, fotógrafos, e muitos outros profissionais de grande talento.

Para a decifração de sinais e escritos misteriosos eram necessários instrumentos linguísticos, que só uns poucos líderes descobriram e sabiam usar mediante grande esforço. Todavia, as chaves principais para esta tarefa surgiram com a descoberta da pedra de Rosetta e da inscrição de Behistun


Pedra de Rosetta
Inscrição de Behistun
Um dos engenheiros de Napoleão Bonaparte encontrou a pedra de Rosetta em Rosetta, Egito, próximo da desembocadura do braço ocidental do Nilo. Esta pedra era um pilar de granito negro, ovalado na parte superior, uma laje de 114 centímetros de altura, 71 de largura e 28 de espessura. Em sua superfície havia palavras escritas em três línguas faladas pelos antepassados do vale do Nilo. Uma era o grego, mas as outras duas eram desconhecidas. Embora muitos homens tenham se esforçado para ler estas duas línguas, isto só foi conseguido por um brilhante jovem francês, Jean Champollion, que dedicou sua vida a decifrar estes grandes mistérios. Seu irmão mais velho financiou seu trabalho durante vinte e três anos enquanto ele tentava decifrar o conceito da pedra. Finalmente, nos anos de 1800, Champollin publicou traduções completas da inscrição trilíngue, colocando lado a lado o demônio e o hieroglífico com o grego, e comprovou assim que a pedra de Rosetta estava escrita em três línguas, usadas pelos faraós, e com as quais os arqueólogos do futuro descobririam inumeráveis tesouros históricos e literários do vale do Nilo, desconhecidos até aquela data.

A inscrição de Behitun era uma inscrição de grande tamanho, medindo 7,6 por 15,24 metros. Estava situada em uma elevação de 106,68 metros, no princípio das montanhas Zagros, a sudoeste de Hamadan, Pérsia. Também apresentava palavras em três línguas, todas usadas pelos antigos, mas também desconhecidas pelos eruditos modernos. Henry C. Rawlinson, um militar inglês, sentindo-se desafiado a decifrar estas línguas tão estranhas, ainda que refinadas, realizou seu trabalho trepado em uma saliência de 36 a 46 centímetros, localizada mais abaixo, ou sentado em uma gaiola suspensa. 
Após quatro anos de perigoso trabalho conseguiu fazer uma cópia completa das inscrições. Dezoito anos mais tarde, ele havia decifrado completamente as três línguas: a persa cuneiforme antiga, a elamita (susancheio), e a cuneiforme babilônica. Com estas três chaves, Rawlinson e outros eruditos decifraram os preciosos segredos das civilizações desaparecidas da Assíria, Babilônia e Pérsia, nações cujos povos desempenharam papéis importantes no desenvolvimento dos grandes episódios da Bíblia.

O uso destas línguas na correspondência e no intercâmbio diplomático foi revelado em 1887, quando uma mulher beduína, em busca de terra fértil para o seu jardim, cavou no promontório de Tell el-Amarna, onde, na margem oriental do Nilo, jaziam as ruínas daquela que uma vez fora a bela cidade do sonho do faraó Akhenaton. A mulher encontrou tabuinhas de barro com inscrições, e as vendeu por cinquenta centavos do dólar norte-americano. O missionário Chauncy Murch teve notícias do achado e informou às autoridades egípcias. Após um minucioso exame, ficou comprovado que aquelas tabuinhas eram os registros diplomáticos oficiais do Ministério das Relações Exteriores Egípcio, durante os reinados de Amenhop III (1413-1276 a.C.) e de seu filho e sucessor, Amenhop IV (Akhenaton, 1375-1358 a.C.). Entre os registros havia comunicações oficiais dos monarcas da Babilônia, Mitani e de outros países asiáticos; porém, a maioria eram cartas escritas pelos governadores de várias cidades de distritos na Palestina, Fenícia e no sul da Síria (aproximadamente 150 delas eram da própria Palestina).


Estátua do Faraó Akhenaton 

As tabuinhas de Tell ell-Amarna têm sido muito importantes nas investigações bíblicas, tanto assim que muito as consideram as descobertas mais importantes já realizada no Egito. O próprio fato de a maior parte dessas tabuinhas estar escrita em cuneiforme babilônico, mesmo sendo provenientes de vários países, indica que o cuneiforme babilônico era o sistema de escrita entendido por quase todos os povos das terras bíblicas durante essa época, e talvez muito antes e depois dela. Os personagens bíblicos podiam conversar sem dificuldade com os vários povos, à medida que eles se deslocavam de um país para outro, conforme a Bíblia indica.
O interesse nas descobertas arqueológicas havia se intensificado no tempo em que as tabuinhas foram encontradas, e a partir daquela data várias convocações foram feitas para que mais investigações topográficas e mais escavações nos pequenos montes das cidades fossem realizadas. Houve uma resposta imediata da Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, e outros países.

Os governos, as universidades, os museus e pessoas influentes financiaram as expedições, e o trabalho prosseguiu sob a direção de homens e mulheres competentes, que descobriram como as ruínas das civilizações antigas concordavam com o que a Bíblia e outras fontes literárias antigas escreveram.
Hoje, após 200 anos de investigações topográficas e arqueológicas, pode-se dizer que o grande exército de eruditos tem recolhido os fios da vida primitiva escondidos milhares de montículos que ocultavam antigas cidades, e com eles teceu um painel que concorda quase perfeitamente com as vidas e os acontecimentos em torno dos personagens citados pela Bíblia.

A arqueologia tem trazido à luz dos nossos dias milhares de evidências "externas" que confirmam as narrações da Escritura.

Fonte: "Bíblia de Referência Thompson" - Frank C. Thompson - Páginas: 1503 e 1504.

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