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quinta-feira, 5 de junho de 2014

A Bíblia Hebraica e o Talmud:

A essência do judaísmo está contida em seus textos mais importantes: os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica, conhecidos coletivamente como Torá. Mas o judaísmo sempre foi centrado na palavra de Deus e na erudição, e não surpreende que tenha produzido um grande corpo de escritos: não só os outros livros da Bíblia como também uma vasta obra de comentário e interpretação: o Talmud.


* A Torah:

A palavra hebraica Torah é em geral traduzida como "Lei", embora o significado real seja "Instrução". Contendo a história dos primeiros judeus e os Mandamentos de Deus para o Seu povo, ela é o texto mais sagrado do judaísmo.
Toda sinagoga tem um exemplar da Torá, escrito à mão em hebraico num rolo que é mantido num armário chamado Arca, o ponto focal da sinagoga. Cada rolo é escrito com grande cuidado, pois o texto nunca muda e deve ser transcrito com exatidão. O texto é sagrado demais para ser tocado com a mão. A pessoa que lê a Torá de uma sinagoga usa um ponteiro especial, "yad", com uma mão de metal na ponta, para seguir as palavras. Isso assegura que o texto não fique danificado. Caso isso ocorra, o rolo (Sêfer) é declarado inútil e enterrado num cemitério judaico dentro de um vaso de barro.

Yad, para a leitura da Torah
                                        
Os demais livros da Bíblia Hebraica consiste nos Profetas (Nevi’im) e nos Escritos (Ketuvim). Os Nevi’im têm especial importância, pois são as palavras dos profetas que reconduziram os judeus à sua religião quando estavam extraviados e os ajudaram quando estavam no exílio. Os Ketuvim incluem livros de história, lamentação e os Salmos que, importantes, são usados nos serviços da sinagoga.


*  O Talmud:

Desde os primeiros tempos, os rabinos discutiram e interpretaram as palavras da Torá. De início as interpretações eram transmitidas oralmente, mas em 170 E.C., o corpo de comentários já crescera tanto que os judeus começaram a registrar o que os rabinos diziam. Esse registro tornou-se conhecido como a Mishná. Também ela gerou interpretações, e estas tornaram-se conhecidas como Gemara.
A Mishná e a Gemara juntas compõe um livro de comentários chamado: “Talmud”.

Com cerca de 2,5 milhões de palavras, abrange temas diversos como: folclore e preces, rituais e remédios. Cerca de um terço desse material é “halakhah” (leis religiosas judaicas derivados da Torá escrita e oral); o resto são as histórias, lendas e máximas conhecidas como a “aggadah” (um termo aramaico que significa – conto, saber). Com sua imensa extensão e enorme diversidade, o Talmud aborda todos os aspectos da vida humana.


* A Estrutura do Judaísmo:

Os primeiros rabinos eram homens cultos, que atuavam como líderes espirituais e conselheiros sem nada receber por isso. Mais tarde, tornaram-se líderes religiosos remunerados, pregando, ensinando e fazendo julgamentos judiciais. Lugares com muitas comunidades judaicas escolhem um rabino principal e um corpo de representantes, como o Conselho de Representantes dos Judeus Britânicos.
Ramos do judaísmo têm corpos próprios, como a União Mundial para o Judaísmo Progressista.
O rabino é hoje o líder de uma comunidade judaica. Dirige a cerimônia, “prega”, educa e aconselha.

Em resumo:

O judaísmo tem centenas de mandamentos, mas os judeus não veem sua fé como legalista. Como os ensinamentos da Torá e do Talmud são muito práticos e cobrem todos os aspectos da vida, os judeus estão conscientes de sua religião e de sua ligação com Deus em tudo que fazem.

Fonte: "Religiões" - Philip Wilkinson - Páginas: 68, 69 e 75.

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