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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Moisés desceu o monte somente com o Decálogo?

Muitas pessoas afirmam que Moisés desceu do monte somente com as duas tábuas dos Dez Mandamentos. Porém, lendo-se atentamente onde essa passagem está escrita, veremos que foi muito mais que isso: 

Veja: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares” (Êxodo 24:12). ..

Moisés e as tábuas de pedra
..
Para entender melhor o verso acima, é preciso partir do princípio de que a tradução do texto não é precisa na versão adotada (ou nas versões adotadas) pela maioria das Bíblias existentes no Brasil. Seria mais fidedigno traduzi-lo assim: “[…] dar-te-ei as tábuas de pedra {os Dez Mandamentos}, a Lei e o ESTATUTO

No primeiro caso, ao invés de “mandamentos”, o tradutor deveria ter usado a expressão “ESTATUTO”, pois os mandamentos já estão inseridos nas duas tábuas. Deus não lhe teria entregue as pedras em branco, mas com os Dez Mandamentos ali inscritos. Por isso, usar “mandamentos” é uma redundância, vez que, pelo texto sagrado, pode-se aferir que Deus entregou-lhe as tábuas e os estatutos. Justamente nessa sequência: o primeiro em Êxodo 20 e o segundo em Êxodo 21. 

O termo “estatuto” na Bíblia, geralmente, vem flexionado no plural, o que não seria correto. “Estatutos”são dois ou mais. E quando referir àquele estatuto — ou a um só estatuto —, deverá vir sempre no SINGULAR: “o estatuto”.
É certo que a conversa entre Deus e Moisés foi mais longa e proveitosa do que se imagina. Afinal, quarenta dias de ensinamentos não poderiam ser resumidos em dez palavras. Parece-nos bastante claro que, naqueles quarenta dias, estavam sendo criados os fundamentos do Estado de Israel, um país tipicamente teocrático.

Decálogo é o conjunto básico de leis que caracteriza a constituição desse Estado. No estado de direito, com o passar dos tempos, é comum instituir-se leis ordinárias que se assemelham ao tal estatuto que a Bíblia cita. Um exemplo bastante próximo está no Código Civil Brasileiro. Quem o ler atentamente, verá que muita coisa se parece com as leis, que estão dispersas nos livros do Pentateuco (Torah).
O leitor da Bíblia menos atento imaginará sempre que, no monte, Moisés recebeu somente as tábuas da Lei, mas não é exatamente isso que lemos no texto bíblico. Observe que, em Êxodo 24:12, Deus deu a Moisés três coisas: tábuas de pedra, Lei e os mandamentos.

Primeiro — as tábuas de pedra (Dez Mandamentos);

Segundo — as Leis — Torah (sociais, de propriedade, etc.);

Terceiro — os mandamentos (estatutos).

Deus sabia (e sabe) fazer a diferença entre esses expedientes ordinários, talvez nossos tradutores, pela exiguidade das palavras, é que misturaram a hierarquia das leis.
Deus sabia (e sabe) fazer a diferença entre “estatutos” e “juízos”. Confira isso, lendo Deuteronômio 4:13-14: 

“Então, vos anunciou Ele a sua aliança, que vos prescreveu os Dez Mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. Também o SENHOR me ordenou, ao mesmo tempo, que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a possuir.”

Geralmente, eles vêm na ordem: aliança e mandamento; estatuto e juízo.

Desde os tempos de Abraão, algumas dessas leis já existiam:

“Porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandamentos, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis (Gênesis 26:5).

A Lei existia antes mesmo do Decálogo. Confira o que Moisés disse a Jetro, seu sogro, muito antes da promulgação do Decálogo:

“Quando tem alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis (Êxodo 18:16).

Não nos esqueçamos de que esses livros só foram entregues no versículo doze de Êxodo 24. Porém, lá no versículo sete, o autor já fala no Livro da Aliança (a que Deus fizera com Abraão). Isso nos dá a entender que o Livro da Aliança fora editado antes.
Ora, Deus dera o Decálogo, a espinha dorsal legislatória, mas não lhes entregou as leis complementares, que, conforme o próprio termo sugere, “complementariam” a lei maior. Veja um modesto exemplo: “Não matarás”. Fundamentalmente, isso não é autoaplicável, pois, pelo menos na atual legislação, matar é até permitido, caso seja em legítima defesa. Por isso, precisamos de uma complementação que explicite e abone esse procedimento. Se alguém matar somente na intenção de defender a si, aos seus ou ao patrimônio, deverá ser absolvido.

Mas, a princípio, não se pode matar. Talvez, seja também o caso de roubar. Mas, se esse roubo for de comida para matar a fome e entrar numa plantação de frutas e apanhar algumas para comer e matar sua fome, isso não é crime; ou pelo menos, esse crime será melhor adjetivado e considerado somente um “crime famélico”. Portanto, o ladrão poderá ser absolvido desse crime. São detalhes que, pelo caráter enxuto de uma Constituição, não podem ser ali contemplados. Por isso, é preciso explicitá-los em leis específicas. Contudo, isso não altera o princípio fundamental que não permite roubar. Mas, como toda boa Constituição deve ser resumida, abordando somente as situações cruciais, não poderia abordar — nem excessivamente dilatar — questões normativas. Para tanto, a moderna democracia criou o Poder Legislativo. Qualquer lei, quando criada, chama-se “ordinária (exemplo: não é permitida a venda de álcool aos domingos). Já a lei que, posteriormente, tornará aplicável o princípio legal é uma lei “regulamentar (exemplo: a venda do álcool não será proibida quando feita em locais fechados e frequentados por maiores). A esse conjunto de leis, podemos chamá-lo de código. E foi mais ou menos isso o que Deus exigiu que Moisés fizesse.

Quando lemos na Bíblia, em Êxodo 24:12, que Deus entregou três coisas a Moisés, nossa mente tende a não aceitar essa informação, pois, pelo contexto, entendemos que Moisés desceu do monte trazendo apenas as duas tábuas consigo. Aos escritores é sabido que a inspiração para um livro chega por intermédio, muitas vezes de uma só vez. No entanto, a sua consecução e o correto ordenamento dessas ideias pode levar décadas para ser concluído.
E o mesmo poderia ter ocorrido com Moisés. Deus deu-lhe as três coisas, mas pode ter-lhe entregue “em mãos”, apenas uma, o que seria perfeitamente aceitável. Deus pode ter entregue a Moisés um enunciado com Suas leis, mas a decodificação desses princípios e sua aplicação terrena seria uma das missões a ele confiadas.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Hinduísmo:


Ganesha é o símbolo das soluções lógicas e deve ser interpretado como tal.

Embora o hinduísmo possa ser considerado a religião mais antiga dentre as existentes hoje em dia, o termo é relativamente novo, dando a impressão equivocada de uma fé unificada, com um único conjunto de crenças e práticas religiosas. As origens do hinduísmo remontam à Idade do Ferro, mas a palavra “hinduísmo” é mais um hiperônimo conveniente para denominar a maioria das religiões do subcontinente indiano. Apesar de apresentarem características em comum, essas religiões diferem bastante quanto à prática, abrangendo uma grande variedade de tradições. Em algumas dessas tradições, a fé manteve-se substancialmente inalterada desde tempos primordiais.

Parvati — representa a unidade de deus e deusa, do homem e da mulher.

Mais de três quartos da população da Índia se diz “hinduísta”, mas a definição de um conjunto tão desconexo de credos é mais política do que religiosa. A palavra “hindu” (cuja raiz é a mesma do rio Indo, na Índia) significa “indiano” e diferencia as religiões nativas daquelas introduzidas no país, como Islã, e religiões “desertoras” mais recentes, como o jainismo e o budismo. A dificuldade de definir o hinduísmo foi sintetizada numa sentença normativa do Supremo Tribunal Indiano em 1995:

“… a religião hindu não reconhece profetas, não cultua deuses, não segue dogmas, não acredita em conceitos filosóficos e não professa ritos religiosos de ninguém. Na verdade, o hinduísmo não se limita às características de nenhuma religião ou credo, podendo ser descrito, em termos gerais, como uma forma de vida e nada mais que isso”.

Adeptos do Hinduísmo. 

Crenças comuns:

Algumas ideias, porém, são centrais em praticamente todas as vertentes do hinduísmo, sobretudo a noção de samsara (o ciclo de morte e renascimento do atman, a alma) e a crença na possibilidade de moksha, ou libertação desse ciclo infinito. O segredo para atingir essa libertação é resumido na palavra dharma, que costuma ser traduzida como “virtude”, “lei natural”, “retidão” ou “adequabilidade”.
Inevitavelmente, o assunto sujeita-se a inúmeras interpretações, mas existem três formas principais de alcançar o moksha (conhecidas coletivamente como marga): jnana-marga (conhecimento ou percepção), carma-marga (bom comportamento) e bhakti-marga (devoção aos deuses). O marga abre espaço para as mais variadas vertentes religiosas praticarem suas tradições, entre rituais, meditação, ioga e devoção diária. 

Conceitos de deus:

Quase todas as ramificações do hinduísmo acreditam na existência de um deus criador supremo, Brahma, que, com Vishnu (o preservador) e Shiva (o destruidor), forma a principal trindade, trimurti. Muitas tradições, todavia, têm seus próprios panteões ou acrescentam divindades locais e pessoais ao conjunto. Para confundir um pouco, até os três maiores deuses (e vários outros menores) costumam ter aparências diferentes. E assim, embora possa parecer que o hinduísmo é uma religião politeísta, em muitas tradições seria mais correto dizer que os adeptos acreditam em um “deus” supremo, amparado por divindades menores com poderes especiais e responsabilidades específicas.

Vedas - textos sagrados do hinduísmo.
Textos sagrados:

As diferentes tradições hindus estão todas compiladas nos quatro Vedas, um conjunto de textos sagrados de 1200–900 a.C. Os Brahmanas, comentários sobre os Vedas, e depois os Upanishads, constituem a base teórica da religião, enquanto outros textos — principalmente os dois poemas épicos indianos, o Mahabharata e o Ramayana — tratam de história, mitologia, religião e filosofia. Uma das principais características das tradições hindus é a tolerância. Em decorrência de invasões, primeiro pelos gregos sob a liderança de Alexandreo Grande, e depois por muçulmanos e cristãos, o hinduísmo sofreu algumas influências.

No entanto, apesar de terem surgido movimentos de reforma como resultado dessas influências, batizar de hinduísmo o conjunto de religiões da Índia lhes deu coesão política e um vínculo nacionalista. Tal medida chegou a um ponto crítico na luta pela independência indiana, no século XX, quando Mahatma Gandhi defendeu o uso da resistência pacífica e desobediência civil como arma, estabelecendo uma Índia independente, onde todas as religiões não são somente toleradas, mas também admitidas.

Fonte“O Livro das Religiões” — Globo Livros — Páginas: 90 e 91.     

domingo, 31 de agosto de 2014


Epístola de Paulo aos Efésios:

Quero tratar aqui, em especial, do capítulo 4, versículo 11. Um versículo que tem sido mal interpretado por alguns “estudiosos” e levado pessoas leigas a acreditarem que se trata de “ministérios” e não de dons (o que, de fato, Paulo quer tratar). O versículo em estudo diz o seguinte:

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Efésios 4:11).

O que comentarei aqui, estarei firmado e baseado em fontes seguras e sérias, de estudiosos que dedicaram e dedicam suas vidas a estudarem e analisarem a Bíblia. Quero começar com o Teólogo Judeu Messiânico: David H. Stern. Ele diz o seguinte em sua obra: Comentário Judaico do Novo Testamento: Esses são os dons de Yeshua para a Comunidade Messiânica. Devido à ambiguidade do grego aqui, algumas pessoas consideram ambos os termos “pastores” e “mestres” como se referindo à mesma função: “pastores-mestres”. Pastorear e ensinar são habilidades que se sobrepõem, no entanto, são distintas. Emissários (apóstolos) fundavam congregações. Profetas falavam a palavra de Deus. Proclamadores das boas-novas (evangelistas) comunicam as boas-novas (Evangelho) de modo que as pessoas se voltem do pecado e aceitem o perdão de Deus por intermédio do Messias. Pastores prosseguem a partir desse ponto, ensinando e aconselhando os crentes novos e maduros para viverem a vida messiânica. Mestres comunicam e aplicam a verdade bíblica. Nenhum deve se orgulhar quanto à sua posição, mas sim preparar o povo de Deus
Fonte: “Comentário Judaico do Novo Testamento” — David H. Stern — Página: 637.

Podemos notar que o senhor Stern fala de DONS e não de MINISTÉRIOS.

Na Bíblia de Estudo Almeida, no seu comentário de rodapé, seus elaboradores tratam os “títulos” como enumeração de dons. Quem tem, confira na página 285.

Vamos analisar o que a Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal fala a respeito:

Nossa unidade em Cristo não destrói nossa individualidade. O Espírito Santo concedeu a cada “cristão” DONS especiais para edificar a Igreja. Agora que já temos esses DONS, será essencial usá-los. Você está espiritualmente maduro para colocar em prática os DONS que Deus lhe deu? 

Este comentário está na página 1651. Se você tem essa Bíblia, confira! 

Pois bem, agora vamos a um livro de pesquisas que analisa o Antigo e Novo Testamentos:

Os dons (verso 11 — tratando sobre Efésios 4) provêm do Cristo que ascendeu, sendo parte da promessa do Espírito Santo. Paulo omite alguns dons listados em outros textos e cita os relacionados mais diretamente à edificação da igreja. Em primeiro lugar, apóstolos, no sentido mais restrito, a autoridade permanente. Profetas: homens inspirados que revelam a verdade de Deus. Evangelistas: missionários, pregadores, por meio dos quais os homens se tornavam seguidores de Cristo. Pastores e mestres: em outros trechos, são chamados de anciãos e bispos, que zelavam pelos convertidos e pelo seu crescimento. Todos os pastores numa igreja local deveriam estar aptos para ensinar (alguns em particular e outros em público), como também para pastorear (1 Timóteo 5:17); mas havia também mestres na igreja que tinham uma missão mais itinerante do que os administradores (Romanos 12:7 - 1 Coríntios 12:27). Os três propósitos desses dons são preparar pessoas que vão fazer o serviço que vai edificar a igreja. O terceiro propósito, que é o propósito final, é o tema recorrente da carta (Efésios 1:23; 2:21; 3:19; 4:13-16; 5:27).
Fonte"Comentário Bíblico NVI // Antigo e Novo Testamentos" - F.F. Bruce - Página: 1994.

Como podemos ver, a Epístola de Paulo aos Efésios 4:11 trata de DONS e não de MINISTÉRIOS, como alguns têm pregado. Uma coisa diferente da outra. Vejamos o que nos diz o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa acerca das duas palavras em questão: Dom e Ministério:     

dom 
substantivo masculino
1. Donativo; dádiva; benefício.
2. Prenda, talento, dote natural.
3. Título honorífico que, em Portugal, se dava aos membros da família real e da antiga nobreza e a certas categorias religiosas.



mi·nis·té·ri·o 


substantivo masculino

1. Conjunto dos ministros que regem a nação.


2. Edifício onde estão as repartições de um ministro.


3. Secretaria de Estado.


4. Ofício, cargo, função, serviço.


5. Ofício de cura de almas ou de ministro do Evangelho.

** Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

Notem que dom é um presente, um benefício e ministério é um cargo, um trabalho.

Quero chamar a atenção sobre um comentário em resposta aos mórmons dos elaboradores do estudo sobre apóstolo e diácono na Bíblia Apologética de Estudo. Prestem atenção!

Os mórmons afirmam que o sacerdócio é a chave para a restauração dos ofícios que existiam na igreja original. Entre esses supostos ofícios estão: setenta, patriarcas, sumo sacerdotes, élderes e diáconos. Perguntamos: “Onde podemos encontrar esta lista em todo o Novo Testamento?”. Os mórmons querem restaurar algo que nunca existiu na Igreja primitiva. 
Se tomarmos a palavra apóstolo no sentido lato: “enviado”, então todos os “crentes” são apóstolos e não somente alguns, porque a todos foi designada esta tarefa (Mateus 28:19).
Mas se tomarmos o sentido restrito, somente os doze apóstolos são oficiais, porque eles foram chamados PESSOALMENTE por Cristo.

Quanto ao cargo de diácono, é sabido que os mórmons contrariam não só a Bíblia, mas também os próprios ensinos de seus líderes, pois para ser diácono é necessário que o tal seja casado (1 Timóteo 3:12). Mas hoje os mórmons ordenam adolescentes a partir dos doze anos a este cargo.

O plural da palavra “apóstolo” não quer dizer que devam existir em toda a história da Igreja somente dois apóstolos, como muitos ensinam por aí. Paulo está, neste texto bíblico, atestando que em sua época existiam outros apóstolos (1 Coríntios 4:9; 9:5). Há, por ventura, HOJE, um apóstolo com as mesmas credenciais de Paulo? Não! O primeiro requisito para ser um apóstolo como Paulo (e os doze) era ter visto a Jesus Cristo (Atos 1:22; 1Co 9:1; 15:7-8).
Pergunto: “Os que se dizem apóstolos hoje, viram a Jesus Cristo? Têm este requisito?” 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Um breve relato sobre a Maçonaria:

Embora seja difícil estabelecer uma data precisa para o início da Maçonaria, as associações de pedreiros que construíram as catedrais na Idade Média são consideradas seus antecedentes. A palavra francesa maçom significa “pedreiro”.   

Uma das Catedrais com influência maçônica construída na Idade Média
Catedral de Chartres/França.

Apesar de nem sempre ser classificada como religião, no mesmo sentido que as demais, porque aceita todas sem distinção, todavia, detém elementos religiosos que não lhe permitem uma classificação diferente. Possui noções sobre Deus, de ética. Tem templos. Realiza cerimônias e ritos com a mesma reverência das demais religiões. Utiliza livros sagrados, embora não tenha definição por nenhum. A classe de oficiantes se veste com roupas específicas para o cerimonial.

Degraus na Maçonaria

Chama Deus de GADU (identificado por um G), sigla de: Grande Arquiteto DUniverso. Sua tentativa, com isso, é abraçar a divindade de qualquer religião sem precisar fazer distinções. Aceita em sua comunidade adeptos de qualquer religião, ao defender o livre exercício de todas elas.
Sua prática envolve inúmeros ritos e símbolos, conforme o seguimento da “loja”. Aliás, sua força reside na abundância de símbolos, seja por figuras ou por determinadas palavras e movimentos de seus adeptos.  


Símbolo da Maçonaria: Compasso e Esquadro com o G de GADU no centro.

Para poder entrar na sociedade, o neófito (novato) passa por rituais secretos que envolvem toda sorte de juramentos, alguns bem contrários à moral e aos princípios cristãos (sem comentários sobre a MORAL e PRINCÍPIOS cristãos). — Comentário entre parênteses do autor do blog —. Em seguida, existem graus pelos quais o iniciado passa até chegar ao topo, sendo o 33º Grau.

Uma Loja/Templo Maçom visto por fora.

A Maçonaria vê Jesus (o “deus” dos cristãos) como mais um fundador de religião, ao lado de personalidades mitológicas, ocultistas e/ou religiosas, tais como: Orfeu, Hermes, Trimegisto, Krishna (o “deus” do hinduísmo), Maomé (profeta do islamismo), entre outros.  

Uma Loja/Templo Maçom visto por dentro  

Recentemente, rejeita o título de sociedade secreta, dizendo ser, na verdade, uma “sociedade discreta”, pois qualquer pessoa que se disponha a estudá-la terá acesso ao seu conteúdo. Considera-se uma instituição filosófica e filantrópica e não religiosa, ainda que venha funcionando como uma reunião ecumênica, que exerce, por meio da associação, enorme influência política e social sobre as nações.

Fonte“Bíblia Apologética de Estudo” — Edição Ampliada — Página: 1390.   
 

domingo, 17 de agosto de 2014

Suplemento Arqueológico — Por G. Frederick Owen:

Deus conserva dois registros históricos de Seu relacionamento especial com o ser humano e de Suas revelações a este. A Bíblia, escrita originalmente em pergaminhos e chegada, em grandes dificuldades, às nossas mãos, é um deles. O outro registro é constituído pelas ruínas e os idiomas desconhecidos dos países de onde veio a Bíblia.  

Pergaminho/Manuscrito Bíblico

 O homem tem tido acesso ao primeiro desses registros, e tem conseguido lê-lo e modelar sua vida de acordo com ele. Entretanto, poucas pessoas do mundo ocidental têm podido visitar os países do Oriente, examinar o seu solo, observar os vestígios das ruínas de civilizações do passado e fazer uma ideia do significado dos fragmentos descobertos em diferentes lugares e escritos em vários e estranhos idiomas

Os restos encontrados na superfície são poucos, se comparados à abundância do material desenterrado dos montes que cobrem as ruínas de cidades antigas. Parte desse material foi descoberto por acaso, mas a maioria tem vindo à luz do dia à medida que se desenvolvem as ferramentas e os métodos adequados a esse trabalho, e se decifram os idiomas desconhecidos, permitindo assim determinar a cronologia de cada objeto ou ruína encontrados. A arqueologia bíblica tem avançado gradativamente, graças ao trabalho árduo de pessoas de muitas nacionalidades e de diferentes profissões e ocupações: professores, linguistas, clérigos, militares, missionários, arquitetos, engenheiros, projetista, fotógrafos, e muitos outros profissionais de grande talento.

Para a decifração de sinais e escritos misteriosos, eram necessários instrumentos linguísticos, que só uns poucos líderes descobriram e sabiam usar mediante grande esforço. Todavia, as chaves principais para esta tarefa surgiram com a descoberta da pedra de Rosetta e da inscrição de Behistun.   


Pedra de Rosetta
Inscrição de Behistun

Um dos engenheiros de Napoleão Bonaparte encontrou a pedra de Rosetta em RosettaEgito, próximo à desembocadura do braço ocidental do Nilo. Esta pedra era um pilar de granito negro, ovalado na parte superior, uma laje de 114 centímetros de altura, 71 de largura e 28 de espessura. Em sua superfície havia palavras escritas em três línguas faladas pelos antepassados do vale do Nilo. Uma era o grego, mas as outras duas eram desconhecidas. Embora muitos homens tenham se esforçado para ler estas duas línguas, isto só foi conseguido por um brilhante jovem francês, Jean Champollion, que dedicou sua vida a decifrar estes grandes mistérios. Seu irmão mais velho financiou seu trabalho durante vinte e três anos enquanto ele tentava decifrar o conceito da pedra. Finalmente, nos anos de 1800, Champollin publicou traduções completas da inscrição trilíngue, colocando lado a lado o demônio e o hieroglífico com o grego, e comprovou assim que a pedra de Rosetta estava escrita em três línguas, usadas pelos faraós, e com as quais os arqueólogos do futuro descobririam inumeráveis tesouros históricos e literários do vale do Nilo, desconhecidos até aquela data.

inscrição de Behitun era uma inscrição de grande tamanho, medindo 7,6 por 15,24 metros. Estava situada em uma elevação de 106,68 metros, no princípio das montanhas Zagros, a sudoeste de HamadanPérsia. Também apresentava palavras em três línguas, todas usadas pelos antigos, mas também desconhecidas pelos eruditos modernos. Henry C. Rawlinson, um militar inglês, sentindo-se desafiado a decifrar estas línguas tão estranhas, ainda que refinadas, realizou seu trabalho trepado em uma saliência de 36 a 46 centímetros, localizada mais abaixo, ou sentado em uma gaiola suspensa. 
Após quatro anos de perigoso trabalho, conseguiu fazer uma cópia completa das inscrições. Dezoito anos mais tarde, ele havia decifrado completamente as três línguas: persa cuneiforme antigaa elamita (susancheio) e a cuneiforme babilônica. Com estas três chaves, Rawlinson e outros eruditos decifraram os preciosos segredos das civilizações desaparecidas da Assíria, Babilônia e Pérsia, nações cujos povos desempenharam papéis importantes no desenvolvimento dos grandes episódios da Bíblia.

O uso destas línguas na correspondência e no intercâmbio diplomático foi revelado em 1887, quando uma mulher beduína, em busca de terra fértil para o seu jardim, cavou no promontório de Tell el-Amarna, onde, na margem oriental do Nilo, jaziam as ruínas daquela que uma vez fora a bela cidade do sonho do faraó Akhenaton. A mulher encontrou tabuinhas de barro com inscrições, e as vendeu por cinquenta centavos do dólar norte-americano. O missionário Chauncy Murch teve notícias do achado e informou às autoridades egípcias. Após um minucioso exame, ficou comprovado que aquelas tabuinhas eram os registros diplomáticos oficiais do Ministério das Relações Exteriores Egípcio, durante os reinados de Amenhop III (1413-1276 a.C.) e de seu filho e sucessor, Amenhop IV (Akhenaton, 1375-1358 a.C.). Entre os registros havia comunicações oficiais dos monarcas da Babilônia, Mitani e de outros países asiáticos; porém, a maioria eram cartas escritas pelos governadores de várias cidades de distritos na PalestinaFenícia e no sul da Síria (aproximadamente 150 delas eram da própria Palestina).


Estátua do Faraó Akhenaton 

As tabuinhas de Tell ell-Amarna têm sido muito importantes nas investigações bíblicas, tanto assim que muitos as consideram as descobertas mais importantes já realizadas no Egito. O próprio fato de a maioria dessas tabuinhas estar escrita em cuneiforme babilônico, mesmo sendo provenientes de vários países, indica que o cuneiforme babilônico era o sistema de escrita entendido por quase todos os povos das terras bíblicas durante essa época, e talvez muito antes e depois dela. Os personagens bíblicos podiam conversar sem dificuldade com os vários povos, à medida que eles se deslocavam de um país para outro, conforme a Bíblia indica.
O interesse nas descobertas arqueológicas havia se intensificado no tempo em que as tabuinhas foram encontradas, e a partir daquela data várias convocações foram feitas para que mais investigações topográficas e mais escavações nos pequenos montes das cidades fossem realizadas. Houve uma resposta imediata da Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos e outros países.

Os governos, as universidades, os museus e pessoas influentes financiaram as expedições, e o trabalho prosseguiu sob a direção de homens e mulheres competentes, que descobriram como as ruínas das civilizações antigas concordavam com o que a Bíblia e outras fontes literárias antigas escreveram.
Hoje, após 200 anos de investigações topográficas e arqueológicas, pode-se dizer que o grande exército de eruditos recolhe os fios da vida primitiva escondidos milhares de montículos que ocultavam antigas cidades, e com eles teceu um painel que concorda quase perfeitamente com as vidas e os acontecimentos em torno dos personagens citados pela Bíblia.

A arqueologia tem trazido à luz dos nossos dias milhares de evidências “externas” que confirmam as narrações da Escritura.

Fonte: “Bíblia de Referência Thompson” — Frank C. Thompson — Páginas: 1503 e 1504.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A Bandeira de Israel:

Em 1948, depois de quase dois mil anos de exílio, o Estado de Israel foi restabelecido como o Lar Nacional Judaico. A nova bandeira foi apresentada na ONU em 1949. A bandeira é símbolo do orgulho do retorno da Nação Judaica ao seu lar. Diante das nações do mundo, é a Bandeira que identifica uma determinada nação, por isso, ela é tão importante para cada país!

Como a bandeira israelense foi escolhida? David Wolffsohn, que participou do Primeiro Congresso Sionista, em 1897, conta a história do nascimento da bandeira israelense: “A convite de nosso líder, Theodor Herzl, vim para a Basiléia para os preparativos para o Congresso. Entre muitos outros problemas que me ocupavam, havia um que continha algo da essência do problema judaico. Que bandeira seria pendurada no Salão do Congresso?
Então tive uma ideia. Temos uma bandeira, e é azul e branca. O Talit (manto de orações), com o qual nos cobrimos quando oramos: este é o nosso símbolo. Vamos tirar o Talit de sua sacola e vamos desenrolá-lo perante os olhos de Israel e os de todas as nações. Então, encomendei uma bandeira azul e branca com a Estrela de David pintada.
Foi assim que a Bandeira Nacional de Israel, que esteve no Salão do Congresso, surgiu.”


Bandeira Nacional de Israel

 Após lermos este relato, veremos quão importante é a bandeira de Israel, pois em primeiro lugar as faixas azuis acima e abaixo da Maguen David (Escudo/Estrela de David) fazem com que os judeus lembrem o Talit. Quando os judeus olham para a bandeira de Israel, se lembram da fé e das orações de muitas gerações de judeus que esperaram o retorno ao seu lar.
Quantos judeus sonharam com o cumprimento da promessa de Deus em restabelecer novamente o Estado de Israel e oraram para tal fato acontecer. Porém, os que viram este milagre se regozijaram muito, pois também fazem parte do povo que incessantemente buscou a Deus para que suas promessas fossem cumpridas e Israel voltasse novamente a existir!  

A Estrela de David é um tradicional símbolo judaico. A Estrela é composta por dois triângulos, um com a ponta para cima e outro com a ponta para baixo. Um deles aponta para tudo que é espiritual e santo, o outro aponta para tudo que é terreno e secular. Ao levar uma vida de Torah (Instrução) e Mitzvot (Mandamentos), o judeu luta para unir o mundo espiritual ao terreno, o sagrado ao secular.

A tradição judaica conta que David, rei de Israel, enfeitava seu escudo e também de seus soldados — seus valentes — com a estrela de seis pontas, por isso a estrela é chamada Maguen David.
Observando a bandeira de Israel, notamos duas faixas no fundo branco e no meio a Estrela de David. As duas faixas indicam o trecho do Livro de Gênesis: 

“Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates” (Gênesis 15:18).

Entre as duas faixas (rios) está a Estrela de David (a terra de Israel), conforme a vontade de Deus.
Deus disse a Abraão que daria a terra conhecida como Canaã a Israel. Somente pode dar algo a alguém aquele que é dono. No Livro dos Salmos está escrito: 

Ao SENHOR pertence à terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Salmos 24:1).

Quando um judeu olha para as duas faixas da bandeira com a estrela ao centro, ele se lembra da promessa cumprida (por duas vezes) a Israel e de como Deus faz questão de reafirmar isso através da Bandeira!
E ainda mais: as cores da bandeira têm um significado muito importante: 

1 - O azul fala sobre o céu, sendo o lugar do Trono de Deus (Sua habitação). Azul representa a Majestade nas alturas.
Para Israel, isso quer dizer que tudo o que aconteceu no passado e tudo o que existe em Israel hoje procede do céu.

2 - O branco significa duas coisas muito importantes: Paz e Santidade
A santidade faz parte integrante do caráter de Deus e Ele exige que Seu povo seja assim como Ele é — Santo.  

Paz entre judeus e árabes - "Que assim seja!"

A paz é o maior desejo do povo de Israel em toda sua história. Desde seu nascimento e até agora, Israel sempre se viu em guerras, conquistas, lutas e atos que procurassem estabelecer e também defender aquilo que já fora conquistado. Porém, em meio a todas as coisas, há uma promessa de Deus à nação: PAZ!

Ao olhar para a Bandeira de Israel, o judeu deve se lembrar do que Deus já fez por Israel e também que, aquilo que falta ser cumprido, Ele não tardará a fazer! Esta Bandeira é o sinal de Deus para o mundo, dizendo: O SENHOR reina: regozije-se a terra; alegrem-se as muitas ilhas” (Salmos 97:1).

sábado, 2 de agosto de 2014

O Templo para Deus em Israel:

O Templo de Salomão foi construído no monte Moriá, situado em Jerusalém, Israel, no qual estava centralizado o culto a Adonai, o Deus de Israel. O primeiro Templo foi construído por Salomão (por isso o nome “Templo de Salomão”), por volta do ano 959 a.C., e destruído pelos babilônios em 586 a.C. (2 Reis 25:8-17). O Templo propriamente dito media (aproximadamente) 27 metros de comprimento por 9 de largura e 13,5 de altura. Era dividido em duas partes: o Lugar Santíssimo (Santo dos Santos), que media 9 metros de comprimento, e o Lugar Santo, que media 18 metros.

Imagem do Templo "original" de Salomão - O Primeiro Templo

 Encostados nas laterais e nos fundos do Templo, havia três andares de salas destinadas a alojar os sacerdotes e servir como depósito de ofertas e objetos. Na frente havia um pórtico, onde se encontravam duas colunas de nome: Jaquim e Boaz:

“Depois, levantou as colunas no pórtico do Templo; tendo levantado a coluna direita, chamou-lhe Jaquim; e, tendo levantado a coluna esquerda, chamou-lhe Boaz (1 Reis 7:21).

No Lugar Santíssimo, onde só o sumo-sacerdote entrava uma vez por ano, encontrava-se a Arca da Aliança, cuja tampa era chamada de Propiciatório.    

No Lugar Santo, onde só entravam os sacerdotes, encontravam-se: o Altar de Incenso, a mesa dos Pães da Propiciação e o Candelabro.

Do lado de fora, havia um Altar de Sacrifícios e um grande Tanque de Bronze com água para a purificação dos sacerdotes. Em volta do altar estava o pátio (Átrio) dos sacerdotes (1 Reis 5__7).

O segundo Templo foi construído por Zorobabel. Iniciou-se no ano de 538 a.C. sendo concluído por volta de 516 a.C. (Esdras 6).  


Imagem do Templo "original" de Zorobabel - O Segundo Templo

 Com o passar dos anos, o Templo sofreu bastante com o desgaste natural e com os ataques dos exércitos inimigos. Com isso, Herodes, para conquistar a confiança dos judeus, propôs restaurá-lo. O Templo foi ampliado e embelezado por Herodes, o Grande, a partir do ano 20 a.C. Jesus mesmo andou pelos pátios desse Templo (João 2:20). As obras só foram ter fim (concluídas) em 64 d.C. Nesse Templo, existiam quatro pátios: o dos sacerdotes, o dos homens judeus, o das mulheres judias e o dos gentios.  

Maquete do Templo de Herodes, o Grande

No ano 70 d.C., o Templo foi destruído pelo exército romano sob o comando do general Tito, e nunca mais foi reconstruído. No seu lugar está a Mesquita de Al Acsa. Consoante a visão do profeta Ezequiel, o Templo (visto por Ezequiel) difere dos outros (Ezequiel 40-46).
  
Foto da Mesquita de Al Acsa.

sexta-feira, 25 de julho de 2014


A Doutrina Protestante da Natureza da Igreja:

Os protestantes ensinam sobre este tema, em exata consonância com a doutrina de Cristo e dos apóstolos:

1 - Que a Igreja como tal, ou em sua natureza essencial, não é uma organização externa;

2 - Todos os crentes, em que o Espírito de Deus habita, são membros daquela Igreja que é o corpo de Cristo, não importa com que organização eclesiástica estejam conectados, e mesmo que não participem de tal conexão. O ladrão na cruz foi salvo, ainda que não se tornasse membro de nenhuma Igreja externa.

3 - Portanto, que os atributos, prerrogativas e promessas da Igreja não pertencem a nenhuma sociedade externa como tal, mas ao verdadeiro povo de Deus coletivamente considerado; e às sociedades externas somente até onde constituídas de verdadeiros crentes e por eles controladas. Isso é apenas para dizer o que toda pessoa admite ser verdadeiro: os atributos, prerrogativas e promessas relativos aos cristãos pertencem exclusivamente aos verdadeiros cristãos, e não aos ímpios ou profanos que se denominam cristãos.

4 - Que a condição de membresia na verdadeira Igreja não é a união com alguma sociedade organizada, mas a fé em Jesus Cristo.


Os protestantes não negam que haja uma Igreja Católica visível na terra, composta por todos os que professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos. Mas nem todos se acham inclusos numa única sociedade externa. Eles também admitem que é dever dos cristãos unir-se com o propósito de prestar culto e vigilância e cuidado mútuos. Reconhecem que a tais associações e sociedades pertencem certas prerrogativas e promessas; que têm ou devem ter oficiais cujas qualificações e deveres estão prescritos nas Escrituras; que sempre houve, e provavelmente sempre haverá, tais organizações cristãs ou igrejas visíveis. Negam, porém, que alguma uma dessas sociedades, ou todas elas coletivamente, constitua a Igreja pela qual Cristo morreu; na qual ele habita por meio de seu Espírito; à qual ele prometeu perpetuidade, catolicidade, unidade e orientação divina no conhecimento da verdade.

Qualquer uma delas, ou todas elas, uma após a outra, pode apostatar da fé, e todas as promessas de Deus à sua Igreja se cumprem. A Igreja não deixou de existir quando Deus reservou para si somente sete mil em todo o Israel que não dobraram seus joelhos a Baal.
Quase todos os pontos de diferença entre protestantes e romanistas dependem da resolução da pergunta: "O que é a Igreja?". Se sua teoria for correta; se a Igreja é a sociedade externa de cristãos professos, sujeitos a apóstolos-bispos (isto é, a bispos que são apóstolos) e ao papa como vigário de Cristo na terra; então somos obrigados a submeter-nos a ela; e então também, além do alcance dessa comunhão, não há salvação. Mas se todo verdadeiro crente é, em virtude de sua fé, membro daquela Igreja à qual Cristo promete orientação e salvação, o romanismo perde. 


Fonte: "Teologia Sistemática" - Charles Hodge - Páginas: 100 e 101. 
  

domingo, 20 de julho de 2014

Batismo Infantil

O Batismo, segundo a Igreja Católica Apostólica Romana:

Por que os católicos batizam as crianças, se não têm pecado e ainda não chegaram ao uso da razão para poder crer? A Bíblia diz: “O que crê e se batiza, se salvará” (Marcos 16:16).
Para poder interpretar corretamente a Bíblia, temos que olhar tudo o que diz acerca de um determinado tema. Pois bem, o que diz a Bíblia acerca do Batismo?

1 - As crianças são pecadoras, por terem o pecado que cometeram Adão e Eva, que se chama: Pecado Original.

“Porque sua estirpe era má desde a origem… Não era por temor do que quer que fosse que vos mostráveis indulgentes para com eles em seus pecados” (Sabedoria 12:11).

“Eis que nasci na culpa, MINHA MÃE CONCEBEU-ME NO PECADO” (Salmo 51:5).

“Assim como pela desobediência de um só homem foram TODOS CONSTITUÍDOS PECADORES, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Romanos 5:19).

2 - A Bíblia não diz que se pode batizar somente os adultos. Fala de forma geral: portanto, crianças e adultos.


“Em verdade, em verdade, te digo: quem não RENASCER da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus” ( João 3:5).

“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua FAMÍLIA” (Atos 16:31).

Segundo o costume daquele tempo, a família abrangia os pais, os filhos, os servidores e os escravos. [[Gênesis 17:23-27]]. Com a fé do pai da família, se assegura o Batismo para todos. Pois bem, famílias inteiras receberam o Batismo. — [[Atos 10:47-48; 1 Coríntios 1:16]].

“Lídia foi batizada juntamente com a SUA FAMÍLIA” (Atos 16:15).

“Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e TODA A SUA FAMÍLIA” (Atos 16:33).

3 - O Batismo não serve somente para tirar o pecado. Dá o Espírito Santo. Se servisse somente para tirar o pecado, Jesus não teria recebido o Batismo, pois não tinha pecado. Portanto, o Batismo serve para as crianças, porque lhe confere o dom do Espírito Santo.

“Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo” (Marcos 1:8).

“No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele” (Marcos 1:10).

4 - Além disso, o Batismo serve também como porta para a Igreja. Se não, por que São Pedro ordenou que se batizasse Cornélio, com sua família, se havia recebido o Espírito Santo e, pelo mesmo, também seus pecados haviam sido perdoados? Mediante o Batismo, começaram a fazer parte da Igreja.

“Então, Pedro tomou a palavra: 'Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós?' E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Rogaram-lhe então que ficasse com eles por alguns dias” (Atos 10:47-48).

Por que na Igreja Católica não se fazem os batizados no rio, já que Jesus se batizou no rio?

Estamos obrigados a cumprir tudo o que Jesus ordenou, não tudo o que Jesus fez. Ou então teríamos de nos vestir como ele, comer, morrer pregado na cruz, etc. Pois bem, sobre o Batismo, Jesus não disse nada acerca da maneira de como ser realizado.
O que encontramos na Bíblia são formas práticas de realizar o Batismo, ou costumes, não leis obrigatórias para todos e para sempre.

Por exemplo: como se batizaram as três mil pessoas que se converteram no dia de Pentecostes, Cornélio [[Atos 10:47-48]] e o carcereiro com sua família [[Atos 16:33]], se não havia nenhum rio à disposição? Quando a Bíblia fala do Batismo por imersão, está apresentando um costume e não uma lei. O que importa é receber o Batismo.
Conforme os tempos e os lugares, se estabelecem maneiras práticas para realizar o sacramento.

Fonte: “A Igreja Católica e as Seitas — Perguntas e Respostas” — Padre Flaviano Amatulli Valente — Páginas: 54, 55 e 56.

OBS: As passagens bíblicas foram tiradas da Bíblia Edição Católica.   
Colarinho Clerical - Origem, significado e relevância do uso:

O uso de vestes especiais por parte dos oficiais da igreja serve para representar o seu ministério entre o povo. Entre estas vestes especiais se destaca o colarinho clerical. Este é normalmente o colarinho de uma camisa ou colete com uma aba branca destacável na frente. Originalmente era feito de algodão ou linho, mas é normalmente feito hoje de plástico. Às vezes (especialmente na prática católica romana), a aba é fixada com um colarinho que cobre quase completamente, deixando um quadrado branco pequeno à base da garganta. Em muitas igrejas e em muitos locais, por não saberem da origem e do significado, não se aceita o uso de colarinho clerical. Com a devida orientação, os cristãos passarão a entender a conveniência e a oportunidade do seu uso.

Camisa - Colarinho Clerical

Origem e uso:

O colarinho clerical é uma invenção bastante moderna (é provável ter sido inventado em 1827). Aparentemente, foi inventado pelo Rev. Dr. Donald McLeod, pastor anglicano. Foi desenvolvido para ser usado no trabalho cotidiano do ministro (mais prático que a batina). Hoje é usado por pastores nas diversas denominações Cristãs, como presbiteriana (é dito que o colarinho clerical se originou na Escócia), luterana, metodista, pentecostais e, também, por ministros Cristãos não denominacionais. Os católicos romanos passaram a usá-lo a partir do Concílio Vaticano II, em substituição à batina, em situações especiais, essa adoção deve-se aos padres Jesuítas. É usado por todos os graus de clero: bispos, presbíteros (padres) e diáconos, e também por seminaristas. Na tradição oriental, às vezes, os subdiáconos e leitores também o usam.

Significado:

O colarinho clerical simboliza que quem o usa é um servo, pois este colarinho estava ao redor do pescoço dos escravos no mundo antigo. As pessoas que o usam servem como ministros de sua Palavra. Toda a igreja tem compromisso com o testemunho de Cristo no mundo, no entanto, o pastor compromete-se de modo específico com o Ministério da Palavra. Assim, o colarinho clerical simboliza esse compromisso pastoral com o anúncio do Evangelho. O colarinho branco sobre fundo preto envolvendo a garganta é simbólico da Palavra de Deus proclamada.

Relevância:

O uso de símbolos é um sinal e um testemunho vivo de Deus no mundo secularizado. Pois uma das características do movimento de secularização é o desprezo por sinais e símbolos religiosos. Para as pessoas, o fato de ver um ministro com o colarinho clerical já é um testemunho de fé. Assim como vendo um militar, lembramo-nos da Lei, e vendo um enfermeiro (a) com seu uniforme branco, lembramos o hospital. Igualmente, é válido para os pastores que frequentam lugares públicos usar o colarinho clerical.

Conclusão:

O Rev. Robinson Cavalcanti, Bispo anglicano, testemunha: “Sempre viajo e me dirijo a eventos públicos, vestido de colarinho clerical (clergyman), sem vergonha de ser cristão e de ser ministro do Evangelho. Se pouquíssimas vezes fui hostilizado na Universidade, perdi a conta das centenas de oportunidades para testemunhar de Cristo, a partir desse aspecto visual”. Em nosso mundo dessacralizado, os símbolos não podem ser esquecidos. Não podemos nos conformar com o século. O colarinho clerical é um símbolo importante. Sacraliza visivelmente o mundo, sinalizando a dedicação ao ministério.

domingo, 6 de julho de 2014


Um Deus que descansa:

O quarto mandamento que Moisés trouxe do monte depois de seu encontro com o SENHOR fala sobre um dia específico da semana para o adorar:

“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR, os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êxodo 20:8-11).

Um conceito fantástico! Um Deus que encorajou o descanso. Um Deus que não escravizou Seu povo. Nenhuma nação nunca conheceu um Deus como este.
Por meio de praticar o Shabat (Descanso), as famílias judias poderiam declarar para sempre as virtudes de um Deus que provê para o Seu povo. Suas situações financeiras não podiam ser o fator determinante de sua vida, se tivessem em obediência aos Seus Mandamentos. Ele proveria o suficiente por seus dias para que elas pudessem descansar no sábado.

O Deus de Israel foi fiel à Sua Palavra por 40 anos no deserto. Cada dia, as pessoas deveriam recolher o maná para um dia somente, mas no sexto dia deveriam pegá-lo para dois dias; não havia nenhuma colheita no dia de Shabat. Alguns tentaram acumular e esconder o maná; outros não prestaram nenhuma atenção ao Mandamento do SENHOR e não recolheram o suficiente para o Shabat. O SENHOR mostrou para ambos os grupos que Ele cumpriria Sua Palavra (Êxodo 16:4, 14–20).

descanso do dia de Shabat não era só para os israelitas, mas também até mesmo para os servos e animais. Deus ainda estabeleceu mais regras. A terra precisava descansar a cada sete anos. As pessoas tinham que confiar na provisão de Deus para esse ano sabático. O SENHOR dissera a Moisés: “Vocês se sustentarão do que a terra produzir no ano de descanso” (Levítico 25:6).
Israel estava praticando aquilo que os agricultores aprenderam posteriormente ao saber que os nutrientes do solo se renovam quando a terra descansa por um ano.

Fonte“O teu povo será o meu povo” — Don Finto — Páginas: 50 e 51.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Lilith e Samael:

Lilith é provavelmente o demônio feminino mais conhecido nos círculos do oculto, e também provavelmente um dos mais temidos seres espirituais.

Lilith, supostamente, a primeira esposa de Adão

Ela foi a primeira mulher criada pela mão de Deus, mesmo antes de Eva. Lilith foi por isso a PRIMEIRA ESPOSA de Adão. Contudo, ao contrário de Eva, que foi criada a partir da costela de Adão, Lilith foi GERADA do mesmo barro que Adão, e por isso era um ser em pé de igualdade com ele.
Ela era livre, irresistivelmente bela e cheia de luxúria, sendo que se recusava a sujeitar sexualmente a Adão, ou sequer se submeter à sua suposta superioridade, (Lilith recusava-se a ficar debaixo de Adão durante o coito, sendo que Adão não aceitava essa posição de inferioridade do macho), o que muito desagradava ao primeiro homem.

Farta do machismo dominador de Adão, Lilith abandonou o Paraíso e fugiu para o Mar Vermelho, onde viveu em liberdade. Ali, ela conheceu e manteve relações com diversos demônios. Quando os três anjos encontraram Lilith, ela maliciosamente respondeu que já não poderia regressar ao paraíso para viver na companhia do marido, pois já tinha desgraçado a sua honra de esposa nas suas prostituições com os demônios. A resposta era inegavelmente verdadeira, e não havia como negar que as regras de Deus haviam sido violadas. Lilith usou as regras do Criador em seu proveito com inteligência, conseguindo assim manter a sua liberdade.

Certas mitologias dizem também que é verdadeiro o motivo que levou Lilith a abandonar o paraíso e ter-se apaixonado por Samaelo anjo da morte. Samael deu-lhe a conhecer o prazer que Adão não era capaz de oferecer. Lilith, enquanto um ser feminino de grande luxúria, apaixonou-se irremediavelmente pelo anjo. Em troca das relações sexuais, o anjo deu a ela não só o Nome Secreto de Deus, como também toda a sabedoria mística e mágica. Adão ficou só, e Deus achou que isso não era bom.

Samael, o anjo da morte. Seu nome significa: Veneno de Deus

  Assim, segundo algumas tradições mitológicas hebraicas, foi então criada Eva.
Como conta o Livro de Gênesis, a história não ficou por aqui. Também Eva foi seduzida por Lúcifer, e algumas correntes teológicas defendem que dessa relação nasceu Caim. Lilith foi, por isso, a primeira bruxa da humanidade, e é a padroeira de todas as bruxas. Ao contrário de Eva, que morreu como um ser humano mortal, Lilith alcançou a imortalidade tendo casado com Samael, ao passo que se tornou amante de Lúcifer.

Em certos círculos ocultistas, Lilith é uma das entidades espirituais mais invocadas para presidir a rituais e celebrações de magia negra, da mesma forma que entidades como pomba-gira são regularmente conjuradas em trabalhos espirituais de magia vermelha. Segundo a etimologia judaica vulgar, o nome Lilith deriva de «Layil», que significa, «Noite».

O mesmo nome, segundo as tradições assírio-babilônicas, significa «demônio feminino», ou «espírito dos ventos»Na antiguidade, Lilith foi igualmente associada às deusas lunares, e consequentemente, tanto ao mundo dos espíritos ou dos mortos, como ao mais temível poder da magia negra. Também, de acordo com certas teses ocultistas, para além de padroeira das bruxas, ela é igualmente tida como a responsável pela reencarnação das bruxas, concedendo às que são do seu agrado à vida eterna, intercedendo junto de Lúcifer para que a imortalidade seja concedida às suas seguidoras prediletas.  

segunda-feira, 9 de junho de 2014


O Filho do Homem:

Para muitos cristãos, o termo “Filho do Homem” estabelece-se como o correspondente natural para o termo “Filho de Deus”. É uma afirmação da humanidade de Cristo, assim como o termo “Filho de Deus” é uma afirmação complementar de sua divindade. Entretanto, isso não é tão simples assim. O termo “Filho do Homem” (em hebraico — Ben Adam, ou, no aramaico — Bar Nashá) é usado em três principais contextos no Antigo Testamento:

1 - Como uma espécie de vocativo utilizado pelo profeta Ezequiel;
2 - Como referência à figura escatológica futura (Daniel 7: 13–14), cuja vinda aponta para o fim da história e para a vinda do julgamento divino;
3 - Como ênfase sobre o contraste entre a humanidade e a fragilidade da natureza humana e a elevada posição ou a estabilidade de Deus e dos anjos (Números 23:19; Salmos 8:4).

O terceiro significado relaciona-se à naturalmente humanidade de Jesus e pode estar por trás de pelo menos algumas referências a esse aspecto presentes nos Evangelhos Sinópticos. É, entretanto, o segundo emprego do termo que atrai a atenção de muitos estudiosos.
Rudolf Bultmann defende que Daniel 7:13-14 aponta para a expectativa da vinda do “Filho do Homem” ao final da história e argumenta que Jesus compartilhou dessa expectativa. As referências a Jesus, o “Filho do Homem”, vir nas nuvens com grande poder e glória (Marcos 13:26) devem ser entendidas, de acordo com Bultmann, como uma referência a outra figura que não Jesus. Bultmann sugeriu que a igreja primitiva fez posteriormente a fusão de Jesus e do Filho do Homem, entendendo-os como um e o mesmo. A igreja primitiva, assim, deu origem à aplicação desse termo a Jesus.

Este ponto de vista, entretanto, não tem aceitação universal. Outros estudiosos defendem que o termo “Filho do Homem” carrega uma série de associações, incluindo sofrimento, justificação e julgamento, tornando-o assim um termo natural e adequado para ser aplicado a Jesus. George Caird foi um dos estudiosos do Novo Testamento que desenvolveu esse tipo de perspectiva, defendendo que Jesus usou o termo “para indicar sua união essencial com a humanidade e, acima de tudo, com o fraco e humilde, como também para indicar sua função especial como representante predestinado do novo Israel e portador do julgamento e do Reino de Deus”.

Fonte: “Teologia — Sistemática, Histórica e Filosófica” — Alister E. McGrath — Páginas: 409 e 410.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A Bíblia Hebraica e o Talmud:

A essência do judaísmo está contida em seus textos mais importantes: os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica, conhecidos coletivamente como Torá. Mas o judaísmo sempre foi centrado na palavra de Deus e na erudição, e não surpreende que tenha produzido um grande corpo de escritos: não só os outros livros da Bíblia como também uma vasta obra de comentário e interpretação: o Talmud.


A Torah:

A palavra hebraica Torah é em geral traduzida como "Lei", embora o significado real seja "Instrução". Contendo a história dos primeiros judeus e os Mandamentos de Deus para o Seu povo, ela é o texto mais sagrado do judaísmo.
Toda sinagoga tem um exemplar da Torá, escrito à mão em hebraico num rolo que é mantido num armário chamado Arca, o ponto focal da sinagoga. Cada rolo é escrito com grande cuidado, pois o texto nunca muda e deve ser transcrito com exatidão. O texto é sagrado demais para ser tocado com a mão. A pessoa que lê a Torá de uma sinagoga usa um ponteiro especial, "yad", com uma mão de metal na ponta, para seguir as palavras. Isso assegura que o texto não fique danificado. Caso isso ocorra, o rolo (Sêfer) é declarado inútil e enterrado num cemitério judaico em um vaso de barro.

Yad, para a leitura da Torah
                                        
Os demais livros da Bíblia Hebraica consistem nos Profetas (Nevi’im) e nos Escritos (Ketuvim). Os Nevi’im têm especial importância, pois são as palavras dos profetas que reconduziram os judeus à sua religião quando estavam extraviados e os ajudaram quando estavam no exílio. Os Ketuvim incluem livros de história, lamentação e os salmos que, importantes, são usados nos serviços da sinagoga.


*  O Talmud:

Desde os primeiros tempos, os rabinos discutiram e interpretaram as palavras da Torá. De início, as interpretações eram transmitidas oralmente, mas em 170 E.C., o corpo de comentários já crescera tanto que os judeus começaram a registrar o que os rabinos diziam. Esse registro tornou-se conhecido como a Mishná. Também ela gerou interpretações, e estas tornaram-se conhecidas como Gemara.
A Mishná e a Gemara juntas compõem um livro de comentários chamado: “Talmud”.

Com cerca de 2,5 milhões de palavras, abrange temas diversos como: folclore e preces, rituais e remédios. Cerca de um terço desse material é “halakhah” (leis religiosas judaicas derivados da Torá escrita e oral); o resto são as histórias, lendas e máximas conhecidas como a “aggadah” (um termo aramaico que significa – conto, saber). Com sua imensa extensão e enorme diversidade, o Talmud aborda todos os aspectos da vida humana.


A Estrutura do Judaísmo:

Os primeiros rabinos eram homens cultos, que atuavam como líderes espirituais e conselheiros sem nada receber por isso. Mais tarde, tornaram-se líderes religiosos remunerados, pregando, ensinando e fazendo julgamentos judiciais. Lugares com muitas comunidades judaicas escolhem um rabino principal e um corpo de representantes, como o Conselho de Representantes dos Judeus Britânicos.
Ramos do judaísmo têm corpos próprios, como a União Mundial para o Judaísmo Progressista.
O rabino é hoje o líder de uma comunidade judaica. Dirige a cerimônia, “prega”, educa e aconselha.

Em resumo:

O judaísmo tem centenas de mandamentos, mas os judeus não veem sua fé como legalista. Como os ensinamentos da Torá e do Talmud são muito práticos e cobrem todos os aspectos da vida, os judeus estão conscientes de sua religião e de sua ligação com Deus em tudo que fazem.

Fonte: "Religiões" - Philip Wilkinson - Páginas: 68, 69 e 75.